sexta-feira, 8 de março de 2013

SAÍDA DE EMERGÊNCIA

É como sentir-se sozinha em meio a um deserto de pessoas, onde não sou nada nem ninguém. Parece que sim, que é tudo vazio, e que em meio a tantas coisas, não haja lugar para que eu possa sobreviver. Eu não gostaria de estar sozinha, nem queria me sentir assim, mas parece que não faço parte disso tudo, que não pertenço a esse lugar.
Seria simples se não tivesse que caminhar por tantas veredas e me sentir jogada nelas, sem que tivesse forçar pra me levantar. Eu não tenho vergonha do que sou, jamais teria, sou aquilo que meu coração me permite ser, aquilo que minha alma transparece.
Eu seria mais feliz se não fosse tão assim tratada, parece que o mundo se esqueceu que eu posso simplesmente querer ser dessa forma e me respeitar assim, e me tratar bem assim. Não tenho medo, nem receio. Somente tristeza e desespero.
Minha alma grita e chora tentando buscar um outro lado, uma saída, mas nada que eu faça parece se encaixar na vida de ninguém. Sou particularmente o pó do que um dia já fui, vivendo amedrontada pelos meus fantasmas mais íntimos que insistem em me perseguir. Nesse momento eu busco somente uma saída de emergência!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Quando a Lua encontra o Sol

            Eu pensei que fosse possível não pensar por muito tempo em você, achei que seria até fácil de mais. Mas você é como o sol nascente que traz uma luz e calor incrível, mas tem que se esconder no fim do dia. Seria mais fácil se seus olhos não fossem tão brilhantes e seu sorriso tão fácil de brotar nos lábios.
            Era então eu como a noite fria que não podia te ver ou te ter por perto, porque tão opostos somos, tão distantes e tão próximos. Parecia uma condenação, uma forma que a vida tinha encontrado pra dizer que a aproximação entre dois corpos tão distintos e distantes era impossível. E como seria eu capaz de lutar contra essa força?
            Onde está você quando o dia se transforma em noite, onde está a transição da vida, onde estou eu que não consigo te encontrar? O que a vida está fazendo conosco? Parece tão estranho te imaginar aqui ao meu lado, que eu só consigo pensar em você nos meus sonhos mais confusos, e quando te vejo tudo parece tão impossível.
            Será que é assim que a Lua se sente ao ver o Sol?

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quebraram-lhe as asas, caiu o seu mundo!


Ela queria sorrir, mas tinha medo, queria voar mais quebrou as asas, sentia dor, mas se fazia de estatua. Aquela garota usava das máscaras para se esconder, usava piadas para não parecer triste, usava dos sonhos para não morrer. 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Desabafo


Tentei escrever com as mais belas palavras meu sentimento. Tentei provar que eu era  forte, o bastante, decidida e bem resolvida pra deixar você ir. Eu queria provar pra mim que era dona de um desapego que não sou, e eu até podia mentir e me enganar, mas isso seria desleal com meu próprio coração.
Muitas tentativas de deixar você ir sem me preocupar, muitas lágrimas derramadas ao me lembrar do seu sorriso, sonhos inoportunos, vontade de estar com você em todos os momentos e saudade de coisas que nem vivi. Não posso chamar de amor, mas talvez seja o caminho.

LABIRINTO


Perdi-me em meus sonhos, e não sei explicar o que aconteceu. Estava jogada em meio a uma multidão enfurecida que pisoteava quem ficasse em seu caminho. Tudo estava estranho, um labirinto se formou em minha frente e eu não conseguia percorre-lo para encontrar a saída, cada vez mais me enterrava e sentia-me abatida, cansada e vencida pela minha loucura.
Em meio a tanto desvario, eu te encontrei, e imaginei que estaria salva por seu amor, mas tanto sonho durou pouco, muito pouco. Tentei segurar sua mão, mas a minha você não segurou com a mesma firmeza, e aos poucos os laços foram se desfazendo e seu toque mais distante. Então senti um sopro suave e você desapareceu, e aquele véu que estava entre nós dois e cobria o nosso amor foi se fragmentando, e assim como você me deixou ali só e presa para sempre no enredo dos meus medos.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

DELÍRIO

Ao breve suspiro de uma respiração que se finda, o cansaço do ardor de pensamentos tão importunos de uma vida tão curta que se esconde atrás de uma máscara ruflante de felicidade.
Os olhos e os lábios que já demonstram-se tristes, não conseguem mais entender, não conseguem mais se entender. Se olha, se fala, se sente, se diz o que não diz, e o que se fala quando não se quer falar?
A alma então espera o fim do corpo que padece, para então caminhar por aí, e livrar-se do quão pesado é suportar uma carne fraca, uma carne sedenta, uma carne aflita, uma carne que anda, fala e pensa.

Sem saída

            Viver no país da fantasia, onde tudo muda menos minha falta de alegria. Estar de prontidão para ver o mundo se acabando, e saber que nada vai durar muito mais, e que não somos nada além de viajantes que vagueiam e nunca chegam ao destino certo.
            Tentar juntar todo sangue derramado por mãos pesadas, e não conseguir nada mais que um buraco no coração, e acabar-se num canto segurando o peito, as lágrimas e a dor. Não se pode lutar contra o destino implacável, não se pode mudar o que já passou, mas ainda se pode lutar pelo porvir.
           
            Foram tantos becos sem saída, muitos morreram por engano pelo caminho, o mundo girando em torno de uma selvageria e ainda diziam: “Isso faz parte do cotidiano”. Demorei pra acordar e de fato ver como tudo está, então eu questionei: “O que fazer pra isso tudo mudar?”, então me responderam tantas vozes num couro de arrepiar: “E se você pensar, o mundo é desumano. Faz parte do cotidiano”.