domingo, 5 de setembro de 2010

As coisas


As coisas que vejo, não são iguais as que eu sinto. As coisas que sinto não se parecem com as eu que já imaginei e até desejei poder sentir.
Sinto que já imaginei poder ver e até mesmo segurar em minhas mãos algo intangível, como os sentimentos e emoções. Já quis também poder pegar as palavras que voam ao vento, mas essas voam tão depressa e ao mesmo tempo vagarosamente, que seria impossível senti-lás passando dentre os meus dedos confusos no espaço de tempo e lugar.
Já quis poder voar, sem asas nem avião, quis flutuar como uma pétala que se desprende da flor e tão delicadamente faz-se presente ao céu, que parece pertencê-lo. Mas meu vôo é imaginário, sem tirar os pés do chão, mas que vôo, é um sonho, é a alma que anda fora do corpo sem nenhuma explicação que não seja a busca de um lugar calmo, um lugar tranquilo onde possa se esquecer das coisas tristes, e pensar apenas em sentir o calor da natureza, um sopro de vento, e a mais simples transformação.
O corpo ali jogado então padece, pois sem alma ninguém vive. E a alma, essa volta do seu simples passeio por lugares lindos, aonde só se chega através dos sonhos.